quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ibama nega licença para Estaleiro EISA Alagoas

Jessica Pacheco

O Ibama Nacional negou a liberação para a construção do Estaleiro EISA Alagoas S. A. no Pontal de Coruripe, litoral sul de Alagoas, a informação foi confirmada na manhã desta segunda-feira (25) pelo órgão em Alagoas. “Os técnicos do Ibama fizeram um trabalho sério e entenderam que aquele espaço tem que ser protegido”, disse o Ibama/AL.


O parecer técnico divulgado pelo Ibama Nacional na última semana apresenta 99 páginas que explicam todo o processo e apresenta na conclusão a negativa do órgão em não liberar o empreendimento. Segundo os técnicos, o local escolhido pela Grupo Sinergy e o Governo de Alagoas para implantação do estaleiro não é “ambientalmente viável para a instalação do empreendimento”, e dessa forma o órgão negou a licença.

Segundo parecer técnico do IBAMA, relatório apresentado ‘ignorou’ e ‘subestimou’ impactos ambientais à área escolhida para Estaleiro

Confira o parecer completo no site do Ibama.

Segundo a análise feita pelo biologos, contratados pela emrpesa, em 25 dias de trabalho, foram encontradas mais de 30 tartarugas marinhas naquela localidade, detalhe esse que foi veementemente ‘desmentido’ pelo Prefeito de Coruripe, Marx Beltrão, durante a audiência pública realizada em março deste ano. Beltrão afirmou que em trinta anos que mora em Coruripe nunca uma tartaruga se quer em Coruripe.

A análise criteriosa do EIA/RIMA apresentado pelo AQUAPLAN, a pedido do Grupo Sinergy, pelos técnicos do Ibama Nacional não deixaram passar despercebido deficiências no relatório e informações maquiadas. De nada adiantou o apelo da população carente e dos políticos, que querem viabilizar a todo custo a vinda desse empreendimento.


Entre os pontos mais fortes que levaram o órgão ambiental nacional a negar a liberação de construção foram citados no parecer como: mais de 50 % da área que seria construído o empreendimento está em área de preservação permanente (APP); quase toda a faixa de praia, entre a foz do rio Coruripe e o Pontal do Coruripe, seria destruída com a construção; e sobretudo o parecer técnico crítica a avaliação de impactos do EIA/RIMA apresentado pelo empreendedor: “Na avaliação de impactos, foram ignorados, mal classificados e/ou subestimados impactos negativos sobre os meios físico, biótico e socioeconômico, desconsiderando informações importantes sobre o projeto do empreendimento e sobre o diagnóstico ambiental”.

Ainda de acordo com o parecer técnico divulgado no site do Ibama, os técnicos reconheceram que o empreendimento trariam benefícios socioeconômicos tanto para Coruripe, como para o próprio Estado, mas afirmou veementemente que o local escolhido é ‘inviável’.

“Deve haver uma melhor avaliação de alternativas locacionais para a instalação do Estaleiro EISA Alagoas S.A. Esta equipe entende que podem existir no Estado de Alagoas e no município de Coruripe, alternativas locacionais menos impactantes do ponto de vista ambiental, sem a necessidade de supressão de um importante remanescente de manguezal”, trazia o documento.

Agora, o Governo do Estado e o Grupo Sinergy deverão encontrar outras formas de viabilizar o empreendimento.

Fonte: Primeira Edição

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