quinta-feira, 21 de junho de 2012

Empresa de SP interessada em arrendar usina Catende

A história da Usina Catende ganhou um novo personagem. Uma proposta de arrendamento foi apresentada ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) ontem, pela paulista Infinity Agroindustrial, empresa fornecedora de cana-de-açúcar para usinas. No documento, a empresa se compromete a realizar o arrendamento da Usina Catende por um período de dez safras e a apresentar a opção de compra até a quinta safra. Ao fim dos dez anos, a receita gerada somente pelo arrendamento será de R$ 45,4 milhões. Em caso de compra, o total gerado será de R$ 46,4 milhões.
 
O primeiro leilão da Usina Catende, realizado no último dia 13, não atraiu compradores. Um novo leilão ocorrerá em 31 de julho, com lance mínimo de R$ 65 milhões. “O leilão não faz parte do nosso perfil e o valor que está sendo pedido é fora da realidade. Ela pode até ter um valor significativo como este, mas a médio e longo prazo, considerando a necessidade de reforma e investimento”, comentou o diretor Comercial da Infinity Agroindustrial, Alain Casarin. A assessoria de Imprensa do TJPE informou que, até o momento, a 18ª Vara Cível da Capital, onde tramita o processo de falência da Usina Catende, não recebeu nenhuma proposta e que o arrendamento só será cogitado se o 2º Leilão não obtiver sucesso.

Fornecedora de cana apresentou ontem ao TJPE proposta em relação à Catende

O Ministério Público de Pernambuco e os próprios trabalhadores também são favoráveis à venda da Usina. “De imediato, iremos investir entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões; a longo prazo, R$ 15 milhões. Quando falamos de arrendamento, falamos em arrendamento com compromisso de compra. Não temos como fazer todo esse investimento e não comprar: a segurança é justamente o investimento que estamos realizando”, argumentou o diretor.
 
Para o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Lima, o mais importante é que a Usina Catende volte a funcionar. “É bom que estejam aparecendo propostas. Outra, bastante parecida com essa, também já foi apresentada. Existe ainda a possibilidade de os operários reivindicarem o parque industrial. Mas o que queremos é que ela trabalhe e pague seus compromissos com os trabalhadores e fornecedores”, detalhou Lima, que acredita que o próximo leilão também não atrairá compradores.
 
O presidente do Sindicato dos Cultivadores da Cana-de-açúcar de Pernambuco (Sindicape), Gerson Carneiro Leão, compartilha da opinião de Lima. “Se for uma por uma firma idônea, o arrendamento é melhor do que a venda por um preço baixo”, argumentou.

AMANDA SOUZA / FOLHA-PE

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