Enquanto a confirmação da existência de petróleo na bacia Pernambuco-Paraíba não chega, o estado se movimenta para atrair uma cadeia de fornecedores do setor de petróleo, gás, naval e offshore. As negociações já acontecem. Ontem (24), empresários italianos do setor estiveram visitando áreas no Complexo Industrial Portuário de Suape. Eles representam um grupo de cinco empresas italianas que buscam parcerias pernambucanas para construir uma unidade.
O objetivo dos estrangeiros é erguer uma fábrica de vasos de pressão (utilizados em plataformas de petróleo para remoção do óleo) e reatores (equipamentos utilizados na produção de diesel com baixo teor de enxofre que, geralmente, são usados em refinarias). Devido ao tipo de produto, a unidade teria que se instalar no Complexo de Suape, facilitando o transporte dos produtos por navios.
Para que o negócio seja viabilizado, além do terreno, os empresários buscam parceiros locais. As primeiras conversas também aconteceram ontem, quando os executivos tiveram reuniões com dois grupos pernambucanos. Agora, os dados serão levados de volta para a Itália, onde os projetos serão estudados. É por isso que ovalor do investimento assim como o número de empregos ainda não foi divulgado.
Pernambuco já conta com pelo menos quatro grandes projetos desta cadeia: a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul, o Estaleiro Promar e a Fiber Glass (fabricante de tubos e conexões utilizados na exploração de petróleo e na indústria química em geral). Todos os investimentos acima citados estão localizados no complexo. O mesmo não deve acontecer com os pequenos fornecedores. “Em Suape, priorizamos os investimentos que precisam ter uma ligação direta com o porto. Os demais estão negociando a instalação nos municípios do território estratégico de Suape”, afirmou o diretor do Fórum Suape Global, Silvio Leimig, durante a conferência Pernambuco Petroleum Business.
De acordo com Leimig, cerca de 20 empresas fornecedoras desta cadeia já estão instaladas em Pernambuco. O principal atrativo é a localização geográfica. “A localização facilita. A Fiber Glass, por exemplo, opera na bacia de Campos e decidiu se instalar em Suape. Tudo devido à localização. Para se ter uma ideia, estamos conectados a 160 portos em todo o mundo. A movimentação deve aumentar com o alargamento do Canal do Panamá”, ressaltou.