sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Com 2 estaleiros de 3ª geração, Pernambuco pode sair na frente e gerar milhares de empregos


Após um longo período de crise, o setor naval se prepara para entrar numa perspectiva de retomada no próximo ano, a partir de mudanças do mercado como as propostas para a política de conteúdo local e para a exploração do pré-sal. O próprio aquecimento da economia nacional também abre novas perspectivas para o setor, que já chegou a ter 82 mil pessoas empregadas em 2014 e, agora, chega a pouco mais de 40 mil no País.
Com dois estaleiros de terceira geração, mais modernos, Pernambuco pode sair na frente para conquistar encomendas de grande porte. É o que defende o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Thiago Norões. De acordo com o gestor, os empreendimentos, apesar de relativamente jovens, já atingiram um bom padrão de competitividade e, com o fechamento ou sucateamento de muitas plantas navais no País, os estaleiros Atlântico Sul (EAS) e Vard Promar, em Suape, sairiam na frente. “A produtividade deles está aumentando. Temos notícias de que as últimas entregas atingiram um desempenho muito positivo”, argumentou o secretário. Os dois principais estaleiros do Estado são bastante diferentes em porte e em objetivo.
O EAS é um estaleiro de grande porte para a construção de navios petroleiros. Já o Vard Promar está dedicado à construção de navios gaseiros e agora começou a apostar no setor de reparos. Ambos foram construídos recentemente. Considerando essas diferenças, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, considerou que há boas perspectivas. “A demanda atual aponta para a necessidade de navios petroleiros e navios gaseiros, exatamente o tipo de construção naval que os estaleiros de Pernambuco vêm aperfeiçoando nos últimos anos”, disse. De modo geral, o Brasil tem uma base industrial satisfatória para a construção naval, capaz de atender um futuro crescimento da demanda, na visão do representante do setor.
A competitividade ainda é, entretanto, um desafio. “Os equipamentos de última geração necessitam de operadores qualificados e processos produtivos testados”, lembra. Rocha ainda argumenta que a crise naval não está totalmente superada no Brasil e no mundo. “A carteira atual prevê obras até 2018, em média, mas o planejamento deveria contemplar pelo menos quatro anos à frente porque o ciclo de produção é longo”, avalia. “No próximo ano devemos ter mais definidos os impactos das mudanças vivenciadas pelo setor nos últimos anos”, acrescenta. Estaleiros dão sinais de melhora Mesmo antes de uma recuperação geral do setor naval no Brasil, os estaleiros pernambucanos já começaram a mostrar sinais de melhora.
No começo deste mês, depois de perder várias encomendas desde 2014, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) fechou um novo contrato para a construção de cinco navios petroleiros a partir de 2019, garantindo atividades até 2022. Os navios Suezmax para a South American Tankers Company (Staco) estão orçados em US$ 1,67 bilhão (R$ 5,4 bilhões). A notícia foi um alívio para os cerca de três mil funcionários, que temiam demissões. Este ano, o Vard Promar também fechou dois novos contratos no valor de R$ 415,5 milhões. As embarcações de apoio marítimo Plataform Supply Vessel – PSV 4500 trouxeram alívio para a empresa, do grupo italiano Fincantieri, que havia perdido dois contratos dos oito navios gaseiros encomendados pela Transpetro, um prejuízo de quase R$ 300 milhões.
Por:Mariama Correia 

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Empresa vai instalar montadora de painéis solares em Pernambuco

O investimento é estimado em R$ 100 milhões


Denys de Lira e Jens Raffelsieper (E), da Prisma Solar Projetos do Brasil dizem que a empresa vai implantar uma montadora de paineis solares em Pernambuco
Foto: Ricardo B.Labastier/JC Imagem


A Prisma Solar Projetos do Brasil anunciou que irá instalar uma montadora de painéis solares no Estado. “Ainda não decidimos onde será o local. Estamos analisando a possibilidade de dois terrenos, um em Suape e outro em Bezerros, no Agreste do Estado”, diz o gerente da companhia para a América Latina, Jens Raffelsieper. Segundo ele, o investimento será de R$ 100 milhões na primeira etapa do empreendimento. 


A unidade vai gerar 150 empregos num prazo de cinco anos. Para se instalar, a empresa está costurando a adesão a uma série de programas que poderão torná-la mais competitiva, como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (Padis) do governo federal. “Essa iniciativa serve para desenvolver novas tecnologias nessa área, permitindo exportar as placas solares sem impostos”, afirma Jens.


Segundo ele, num primeiro momento, a montadora vai importar a tecnologia e as próprias placas fotovoltaicas que serão compradas na China e na Europa e montadas localmente. “Ainda nessa primeira etapa, somente as molduras de alumínio serão produzidas no Brasil. No entanto, a expectativa da empresa é passar a produzir as placas localmente, quando forem aumentando as encomendas”, diz Jens, sem citar prazos específicos. 
Como a energia solar ainda está engatinhando no Brasil, a empresa vai direcionar as suas primeiras encomendas à exportação. “Temos pedidos de placas solares para Marrocos, no Norte da África, República Dominicana, Sudão e estamos negociando um projeto para o governo de Cuba, que, provavelmente, vai garantir uma parte das nossas vendas até 2030”, conta Jens. 
“O potencial da energia solar é imenso no Brasil e no mundo. É um mercado que ainda não começou, mas vai aumentar muito. Também vai crescer a geração distribuída”, argumenta Jens. Geração distribuída é aquela que permite a implantação de um pequeno sistema de geração solar para consumo próprio, como, por exemplo, o de uma casa residencial. Na Alemanha, a Prisma também fornece soluções em baterias que armazenam a energia solar, a qual não pode ser produzida durante a noite. “Já temos soluções que oferecem uma autonomia de até quatro dias sem energia para grandes comércios ou empresas”, argumenta Jens.

INCENTIVO

“Estamos conversando com várias empresas interessadas em montar placas solares em Pernambuco. A que está mais adiantada é a S4 Solar”, explica o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, acrescentando que essa companhia já assinou um protocolo de intenções para a instalação de uma fábrica no Estado.
Desde a gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), a administração estadual tenta atrair um polo de fornecedores de equipamentos usados na energia solar. No País, o Estado foi o primeiro a realizar um leilão de energia solar do qual cinco projetos de parques geradores saíram vencedores, em dezembro de 2013.
Dos cinco, somente um parque solar se instalou, que foi o da empresa italiana Enel Green Power, em Tacaratu – no Sertão do Estado –, cidade onde a companhia já tinha um parque de geração eólica. “O prazo foi prorrogado e há pelo menos duas empresas esperando para construir esses parques com equipamentos montados em Pernambuco”, conta Norões. Caso o índice de nacionalização desses parques seja maior, eles podem conseguir financiamento nos bancos federais.
“Estamos otimistas com esse mercado solar, porque o governo federal vai fazer um leilão em dezembro para contratar energia produzida por parques solares e eólicos. Existe uma boa possibilidade de projetos a serem instalados em Pernambuco serem vencedores também nesse leilão”, resume.

Fonte: JC Online

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

EAS conquista nova encomenda

A construção de 5 navios para Staco traz fôlego para o Estaleiro Atlântico Sul, afetado pela crise da Petrobras

O Atlântico Sul ainda pode conquistar mais outros oito contratos com a StacoFoto: Leo Motta
A conquista de um no­vo contrato para a construção de cinco navios petroleiros pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, promete dar fôlego extra ao combalido empreendimento. O pacote de encomendas garante a continuidade da produção após 2019, quando os pedidos da Transpetro – subsidiária da Petrobras – se encerram. A empresa não se manifestou sobre o tema, contudo, o mercado prevê que a construção dos navios Suezmax para a South American Tankers Company (Staco), no valor de US$ 1,67 bilhão (R$ 5,4 bilhões), vai garantir as atividades da planta até, pelo menos, 2022.
A notícia desenha um horizonte mais perene para o desenvolvimento da indústria naval do Estado, que andava ameaçada pelos duros golpes sofridos com a crise de Petrobras.
Desde a sua criação, o EAS mantinha uma carteira de negócios baseada na Petrobras. A encomenda inicial era formada por 22 navios para a Transpetro, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), dos quais sete foram cancelados e oito já foram entregues. Além deles, a empresa sofreu outra grande perda após o cancelamento de sete sondas de perfuração da Sete Brasil, que também mantinha contratos de fretamento com a petrolífera.
Essa dependência da estatal foi extremamente prejudicial ao EAS, acredita o coordenador do curso de Engenharia Naval da UFPE, Silvio Melo. “A suspensão das encomendas foi ocasionada pela crise da petrolífera, que impactou negócios em várias cadeias produtivas diretamente relacionadas às suas áreas de atuação”, contextualizou.
Portanto, os novos contratos, para além dos domínios da Petrobras, são especialmente simbólicos para a produção naval de Pernambuco, argumentou o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape, Thiago Norões. “O estaleiro começa a ganhar vida própria”, pontuou.
Além dessas cinco novas encomendas, o EAS ainda pode conquistar mais outros oito contratos com a Staco, adiantou Norões. “É uma perspectiva de perenidade para a indústria naval”, classificou. O gestor da Pasta adiantou que a Staco – ligada ao armador Eastern Pacific Shipping, de Cingapura – deve utilizar os navios para operações de transporte de petróleo no Brasil. Segundo o jornal Valor Econômico, as embarcações poderão ser afretadas pelo sistema Petrobras, mas a Transpetro respondeu em nota que “não tem nada previsto no momento.”

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

140 novos empregos em Suape

Uma das líderes mundiais do setor de embalagens plásticas, a companhia norte-americana Bemis inaugurou nesta quarta-feira (05) a ampliação de sua fábrica no Complexo Industrial Portuário de Suape. São oito mil metros quadrados de área construída nesta nova etapa, reunindo R$ 31 milhões em investimentos. Para reforçar a produção, a empresa abrirá 140 novos postos de trabalho, cujas contratações devem beneficiar diretamente os moradores do entorno.
A intenção é dobrar a capacidade produtiva de embalagens rígidas, como potes de margarina, iogurtes, do­ces e sorvetes. Atualmente, o empreendimento emprega 250 funcionários. Ele está instalado no Polo de Pré-forma Plástica de Suape. Do porto, a fábrica importa insumos e envia os produtos para clientes em todo o Brasil.
A fábrica em Suape foi adquirida em dezembro do ano passado, quando a Bemis comprou as operações da brasileira Emplal Participações, que atuava no Complexo Industrial desde 2004, no segmento de embalagens para alimentos e bens de consumo. 

A sede da empresa fica em Neenah, Wisconsin (EUA). Seus produtos atendem mercados de alimentos, bebidas, cosméticos, farmacêuticos, higiene pessoal, limpeza doméstica, médico-hospitalares e pet food (para animais) com embalagens flexíveis, rígidas, cartonadas, tubos laminados e rótulos.
No Brasil, a Bemis é líder no mercado de embalagens e emprega 5,5 mil pessoas em 13 fábricas instaladas em São Paulo, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e no Paraná. Também está presente na Argentina, no Chile, no Mé­xico e no Uruguai, totalizando 18 unidades, dois escritórios comerciais e 6,5 mil funcionários na América Latina. O faturamento global da companhia em 2015 foi de US$ 4,1 bilhões e, na América Latina, de US$ 575 milhões.
Fonte: Folha de Pernambuco

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

BNDES não vai mais financiar térmicas a carvão e óleo combustível e prioriza energia solar

Instituição reduz participação em crédito subsidiado a grandes hidrelétricas

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A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou novas condições de financiamento para o setor de energia elétrica. Não haverá apoio a investimentos em termelétricas a carvão e óleo combustível, usinas com maior emissão de poluentes. Já para energia solar, a participação do banco aumentou de até 70% para até 80% em TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), inferior a taxa básica de juros.
As novas regras vão valer para os leilões de transmissão, em outubro, e para o de geração de energia, em dezembro. Os projetos que estão no banco em fase de análise estão sujeitos a regras antigas.
A prioridade à energia solar e a decisão de não mais conceder crédito a usinas a carvão e óleo combustível visam a possibilitar que os compromissos assumidos pelo governo brasileiro na conferência do clima em Paris (COP-21), no ano passado, de reduzir as emissões de poluentes sejam atingidas.
"É uma política alinhada com a compromisso do país em reduzir emissões. O investidor poderá buscar financiamento de outros bancos para seu projeto de carvão, mas o BNDES não vai mais financiar (usinas movidas a essa fonte de energia", disse Marilene Ramos, diretora da área de infraestrutura e sustentabilidade do banco. "A prioridade concedida à energia solar, refletida em melhores condições financeiras, decorre do fato de se tratar de tecnologia em fase inicial de desenvolvimento no país."
Eficiência energética
O banco também manteve em até 80% sua participação em projetos de eficiência energética e definiu o mesmo nível de participação para projetos de iluminação pública eficiente. Também manteve elevada sua participação (em até 70% em TJLP) nas demais energias alternativas: eólica, PCHs, biomassa e cogeração.
Em relação à linha de eficiência energética, que abrange investimentos em modernização de equipamentos, instalações e processos industriais, a prioridade dada pelo banco decorre da necessidade de aumentar a economia de energia no país, aliada à melhora dos serviços oferecidos e a maior proteção ao meio ambiente.
A inclusão do financiamento a projetos de iluminação pública eficientes busca propiciar economia de energia associada a impacto sensível na qualidade de vida da população, em aspectos como segurança pública, segurança no trânsito e lazer noturno, disse Marilene Até então, as condições de financiamento do banco a esses investimentos eram definidas caso a caso nos editais de concessão.
Para grandes hidrelétricas, o banco reduziu sua participação para até 50%, em TJLP (era até 70%).
Mudanças na transmissão
Independentemente da fonte de energia, o banco quer elevar o percentual do capital privado nos financiamentos. As condições incluem a possibilidade de o BNDES subscrever até 50% do valor das debêntures a serem emitidas pela empresa tomadora do crédito. Também será exigida participação mínima de 20% de recursos próprios do investidor, e não haverá empréstimo-ponte.
O valor total do apoio do BNDES, incluindo o financiamento e as debêntures, não poderá ser superior a 80% do valor total dos itens financiáveis. O spread (diferença entre o custo de captação e de oferta dos recursos) será de 1,5% para todos os segmentos.
As mudanças nas condições de apoio à transmissão e distribuição têm, como pano de fundo, a premissa de que é papel do regulador garantir retorno que remunere os investidores pelo risco dos projetos e, ao mesmo tempo, garantir preços adequados ao consumidor. Por essa razão, as novas condições ampliam a participação do mercado privado no financiamento aos dois segmentos.
Na transmissão, o banco decidiu que não dará crédito subsidiado. O empréstimo será integralmente em “moeda de mecado”, ou seja, sem subsídio. Mas o prazo será mais longo (20 anos de amortização, no sistema PRICE, ao invés de 14 anos, no sistema SAC) e participação até 80% no financiamento total.
Na distribuição o financiamento manteve-se em até 50% do total, com redução da parcela em TJLP de 70% para 50%.
03/10/2016 - 14H29 - ATUALIZADA ÀS 14H48 - POR AGÊNCIA O GLOBO

Refinaria: contratação é adiada

Folha de Pernambuco
A Petrobras pediu nova prorrogação do prazo para a contratação da empresa que ficará responsável pela construção da Unidade de Abatimento de Emissões (SNOX), da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Suape. Por determinação da licença de operação, liberada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), a estatal tinha até julho passado para cumprir essa etapa, mas o prazo foi postergado para 5 de outubro.
Nesta terça, um dia antes do fim do cronograma, a CPRH informou que recebeu um novo pedido de adiamento, que está sendo avaliado. A entidade não detalhou o novo prazo, nem disse se aplicará a multa prevista na licença operacional.
Pelo Termo de Compromisso assinado com a CPRH, a Petrobras pode pagar multa de R$ 6,5 milhões no caso de descumprimento do cronograma, além de comprometer a renovação da licença operacional do empreendimento. Até outubro de 2017, o equipamento já deve estar funcionando e totalmente testado.
A conclusão do SNOX é fundamental para a Rnest. Sem ela, o empreendimento não pode operar em carga total: 110 mil barris de petróleo/dia na primeira linha de produção – Trem 1. Atualmente, o Trem 1 opera com 100 mil barris de petróleo/dia. O equipamento ficou abandonado depois da saída da Alusa, empresa responsável pela construção, que foi afetada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato.
A Petrobras informou, por meio de sua assessoria de Imprensa, que ainda não tem data para a contratação da empresa para conclusão do SNOX. Enquanto as obras não são retomadas, milhares de trabalhadores seguem esperando por oportunidades de emprego na planta de refino. Segundo o Sindicato da Construção Pesada (Sintepav-PE), pelo menos 15 mil currículos de trabalhadores são mantidos em um banco de dados da entidade, aguardando por boas notícias vindas do empreendimento.
Recentemente, a Petrobras divulgou que procura um sócio para a conclusão da segunda etapa da Abreu e Lima (Trem 2), cuja construção ainda não tem data para iniciar. A companhia também adiou, mais uma vez, a data para a conclusão do empreendimento, desta vez para depois de 2021. O SNOX também ganhou novo prazo de conclusão, em 2018.
Embora já tenha completado uma década de obras, até agora apenas a primeira etapa da Rnest está em operação, mesmo assim sem capacidade total. Em 2014, a obra foi fortemente afetada pela crise da Petrobras, estando no centro das denúncias de superfaturamento de contratos investigadas pela Polícia Federal. Segundo o último balanço, a Refinaria Abreu e Lima já recebeu mais de US$ 20 bilhões em investimentos.

terça-feira, 4 de outubro de 2016




O fracasso não é para os fracos

Fracasso, no entanto, não serve para tudo. Em alguns casos, só o sucesso absoluto resolve. O fracasso de um cirurgião cardíaco pode custar uma vida; o de um piloto de avião, centenas. O fracasso de uma mineradora no interior de Minas Gerais causou um dos maiores desastres ambientais do planeta. Coisa feia. Imagine, então, o fracasso dos aliados na Segunda Guerra mundial. Em alguns casos, o que se perde não tem volta.
Nunca vi uma estatística, mas suspeito que na história do fracasso há muito mais gente jogada para baixo do que para cima. Fracasso é uma provação muito difícil de enfrentar. O fracasso de Bill Gates só é bonito porque ele se transformou em um dos homens mais ricos do mundo, em todos os tempos. Ninguém se interessou pelas histórias de todos os seus adversários, que uma vez ou outra fracassaram tão lindamente como mr. Gates, mas não conseguiram se levantar, nem fazer frente à Microsoft. Esses fracassados foram levados com a poeira da história. Fracassados anônimos.
Fazer uma limonada dos limões do fracasso é um bom conselho, tão óbvio como sugerir a alguém que coloque os móveis para cima quando a enchente chegar. Tirar lições do fracasso, entender que o fracasso não significa o fim do mundo e seguir em frente, são conselhos igualmente válidos e importantes para levantar o moral. Porém, para muita gente como cirurgiões, generais, pilotos, engenheiros e zagueiros da seleção de 2014, o fracasso não é uma opção. Talvez o fracasso não seja para gente comum.
Fonte: LinkedIn

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Retomada da obra da Refinaria Abreu e Lima é esperança de emprego em PE.

Retomada da obra da Refinaria Abreu e Lima é esperança de emprego em PE.

A Petrobras terá R$ 756 milhões para investir na Refinaria Abreu e Lima (Rnest) este ano. O valor está previsto no Orçamento Federal de 2016 e será utilizado para retomar as obras da primeira etapa do empreendimento, que foram suspensas em 2014 em função das investigações da operação Lava Jato. A expectativa é de que o reinício da construção reanime a economia de Pernambuco, com a geração de 2 mil empregos só na construção pesada. Apesar da boa notícia, o processo não será imediato porque a Petrobras terá que voltar a licitar a obra para só depois começarem as contratações do canteiro.
A parte do primeira etapa que será retomada é a construção da Unidade de Abatimento de Emissões de Enxofre (SNOX), responsável por diminuir a emissão de poluentes na atmosfera. O primeiro contrato de construção da unidade foi assinado entre a Petrobras e o consórcio Ebe-Alusa em 2011, com orçamento previsto em R$ 574,6 milhões. Em 2014 as companhias entraram em divergência sobre valores dos aditivos e o consórcio abandonou a obra. Sem a construção do equipamento, a Rnest só foi autorizada a processar 64% da capacidade total da primeira etapa.
O governo do Estado e a Petrobras assinaram um termo de compromisso para permitir que a refinaria funcione na sua totalidade, mediante condições de processamento de um tipo de petróleo menos poluente enquanto a SNOX não fica pronta. De acordo com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), a previsão é que a licença de operação de 100% da refinaria seja liberada na próxima segunda-feira. A licença só terá validade de um ano, na tentativa de garantir que a obra do equipamento ambiental seja concluída. Procurada pelo JC, a Petrobras não se pronunciou até o final desta edição para informar sobre o início do processo de licitação, número de operários e previsão de conclusão da obra.
EMPREGOS
A retomada da obra da Rnest é apontada como uma alternativa para reduzir o desemprego no setor da construção pesada. A desmobilização da Abreu e Lima, iniciada em 2014 e concluída no ano passado, deixou 40 mil trabalhadores sem emprego. Foi a segunda maior onda de desligamentos do Brasil, atrás apenas da construção de Brasília nos anos 1950. No mercado, a informação é de que 90% da primeira unidade SNOX esteja concluída e outros 75% da segunda (porque os equipamentos na refinaria são sempre em pares).
“A construção pesada está sofrendo bastante com o desemprego. No dissídio de 2014 eram 38 mil trabalhadores e no ano passado restavam apenas 2 mil na refinaria. O equipamento SNOX deverá contratar 2 mil pessoas. É importante porque é alguma oportunidade. As grandes obras, a exemplo da Transposição do São Francisco e a Transnordestina estão em ritmo lento”, diz o assessor do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral de Pernambuco (Sintepav-PE), Leodelson Bastos. Ele destaca que mesmo que a construção já estivesse avançado, a paralisação por mais de um ano vai exigir altos índices de retrabalho. A empreiteira que vencer a licitação vai contratar montadores, armadores, soldadores, encanadores industriais, caldeireiros e outros profissionais da área.
LICITAÇÃO
No ano passado, a Petrobras tentou relicitar a obra da unidade SNOX, mas suspendeu o processo em julho por conta dos preços ofertados pelas empreiteiras e pela falta de concorrentes. Depois das denúncias da Lava Jato e dos levantamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) apontando sobrepreço e irregularidades, a fiscalização sobre os novos contratos deverá aumentar. A Refinaria Abreu e Lima começou com orçamento de US$ 2,5 bilhões e tem previsão de fechar em US$ 20 bilhões.
Fonte:Marcela Menezes - Linkedin