PEQUIM
: A Great Wall é a mais nova montadora chinesa a decidir fincar sua
bandeira em solo brasileiro. A empresa pretende investir no País em uma
fábrica com capacidade de produção de 100 mil veículos ao ano, disse ao
Grupo Estado seu diretor de marketing, Gao Dongxu.
O executivo não
revelou o valor que será destinado à construção da planta, mas 100 mil
veículos é a mesma quantidade que outra montadora chinesa, a JAC,
planeja fabricar na unidade que terá na Bahia, na qual serão investidos
R$ 900 milhões. O Brasil é um enorme mercado potencial para a indústria
automotiva, afirmou Gao.
Segundo ele, a empresa ainda não decidiu onde a
fábrica será instalada e está em busca de um parceiro local para
realizar o empreendimento.A Great Wall é a terceira montadora chinesa a
anunciar investimentos no Brasil, depois da JAC e da Chery, que lançou
em julho a pedra fundamental de sua planta de R$ 700 milhões na cidade
de Jacareí (SP).
O diretor de marketing disse que a elevação do IPI para
carros importados não teve impacto substancial sobre a decisão da
empresa de construir uma planta no Brasil. A Great Wall planeja fabricar
no País picapes, SUVs e, em um segundo momento, sedãs, observou Gao.
Na terça-feira passada, o gerente-geral da Great Wall, Wang Fengying, havia declarado em um evento na cidade de Chengdu, na China, que a empresa planeja um grande investimento na construção de uma fábrica no Brasil, de acordo com relato da agência de notícias Bloomberg. Os carros chineses foram o principal alvo do aumento de 30 pontos percentuais no IPI sobre importados anunciado pelo governo no dia 15 de setembro.
Para escapar da alta na tributação, os veículos devem ter pelo menos 65% de componentes produzidos em países do Mercosul. As medidas passaram a valer no dia seguinte ao anúncio estarão em vigor até 31 de dezembro de 2012. Em um primeiro momento, os chineses reagiram com a ameaça de suspensão dos investimentos previstos para o Brasil. A JAC chegou a anunciar o cancelamento dos planos de sua fábrica, mas acabou voltando atrás.
O governo sustenta que a medida tem o objetivo de proteger empregos do setor, pois estimula as montadoras a fabricarem no País, em vez de importarem. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini, afirma que a decisão é xenófoba e pode reduzir a competitividade dos veículos produzidos internamente.
Jornal do Commercio
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