segunda-feira, 2 de maio de 2011

Investimentos trazem de volta o nordestino

Como muitos outros nordestinos fizeram durante décadas, Adelmir Marcelino de Oliveira foi tentar a vida em São Paulo. Durante anos, sua rotina foi pautada pela troca de empregos e alguns retornos à terra natal, em Palmares, na Zona da Mata Sul pernambucana. Até acertar o passo em São Paulo Adelmir levou uns 10 anos e somou quatro viagens do Sudeste para o Nordeste e vice-versa. Há seis anos, porém, ele se firmou em uma das bandeiras do Grupo Pão de Açúcar e foi exatamente através dessa empresa que ele teve a oportunidade de voltar ao Estado de origem com emprego certo e com o mesmo salário pago em São Paulo.

A empresa abriu uma unidade do Assaí em Caruaru bandeira voltada para venda no atacado, mas que também atende o consumidor do varejo.  Estou aqui há um ano e meio recebendo R$ 756, o mesmo que eu ganhava em São Paulo. Acho bom porque pude voltar a ficar perto dos meus pais. Nunca imaginei que pudesse voltar com um emprego certo, reconhece Adelmir que atualmente exerce a função de açougueiro. Tristeza só mesmo a causada pelo término do relacionamento com a noiva, moradora de Palmares. “Se ela não voltar, acho que vou embora novamente, dizia ele no dia da entrevista.

O grupo Pão de Açúcar que abriu de uma vez só cerca de 80 vagas em Caruaru adotou a seguinte política: divulgou em São Paulo entre os colaboradores nordestinos os planos de expansão, abrindo a possibilidade de transferência dos interessados em voltar para o Nordeste.
Nesse embalo, Iranilson Lima de Santana, nascido em Feira de Santana, na Bahia, também voltou para a região. Já com sotaque paulista e acumulando uma larga experiência no varejo de supermercado, ele hoje é gerente geral da loja de Caruaru e anda feliz da vida com a qualidade de vida proporcionada pelo interior.       Saí da Bahia em 1994 e fui tentar a vida em São Paulo. Nessa época o primeiro emprego no Nordeste era muito difícil. As empresas não davam oportunidade. Agora está diferente, avaliou. Depois de dez anos no Sudeste, ele se diz mais do que adaptado ao interior pernambucano.   Cheguei a passar muito tempo sem ver meus pais. Aqui, até a saúde da minha filha melhorou , comemora.

GRAVATÁ

José Welington do Nascimento tem na ponta da língua as metas estipuladas no seu novo emprego. Depois de trabalhar em uma bonbonnière no Centro de Gravatá, recebendo cerca de um salário mínimo e nenhum outro benefício, José foi um dos que aproveitaram a entrada de grandes redes no interior para melhorar a renda. Desde abril ele passou a integrar o quadro da Esposende com projeção de praticamente dobrar o salário.         A gente tem como meta de venda um determinado valor, são oito horas diárias de trabalho. Fui treinado no Recife. Nosso diferencial é o atendimento, dizia o empolgado novo funcionário. E não é para menos. Só quem já trabalhou na informalidade sabe o que é estar empregado e contar com vale transporte, refeição e plano de saúde proporcionados pelo emprego.

Jornal do Commercio

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