segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O futuro emprego em Suape


Programa desperta os estudantes do ensino médio sobre as oportunidades que surgem no complexo


Suape tem sido destino de estudantes de escolas de referência do ensino médio em Pernambuco há quase 2 anos
“Não imaginava que fosse tão grande.” Diante de uma vista panorâmica de guindastes gigantes, plataformas e fábricas a perder de vista, a estudante Lorena Gonçalves, 16, espantou-se na primeira vez que pisou no Complexo Industrial Portuário de Suape. Moradora da cidade de Chã Grande, Agreste do estado, Lorena estuda no terceiro ano da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) de Gravatá, e tem como projeto de vida ser engenheira civil. Perguntada onde quer trabalhar, ela não hesita em citar o polo de Suape como referência máxima. “Só não gosto muito da ideia de me mudar para Recife. Tem muita agitação, muito carro. Passei a vida toda no interior, onde é bem mais tranquilo.”
Josias Santos, 17, concluinte do ensino médio pela Erem de Aliança, município da Zona da Mata Norte, também ficou surpreso com a visita. “A gente escuta falar por alto sobre Suape, lê algumas coisas na internet, mas não sabe a real dimensão. Tem muita oportunidade aqui.” Afinado com a área de exatas, ele também vai tentar o curso de engenharia civil. Caso não passe, a opção é um curso técnico na área de edificações. Lorena e Josias são apenas alguns dos vários estudantes que veem seu futuro profissional no complexo industrial localizado em Ipojuca.

Horizonte Profissional quer despertar estudantes para oportunidades de trabalho
Esse interesse por Suape não é para menos. Só de 2007 a 2011 foram atraídas mais de 80 novas empresas, com geração de mais de 15 mil empregos diretos e mais de 50 mil vagas na construção civil. E a projeção é que os números só aumentem. Além das cerca de cem empresas já instaladas, aproximadamente cinquenta novos empreendimentos estão em fase de implementação. O problema é que falta mão de obra qualificada em Pernambuco, o que leva as empresas a importarem trabalhadores de outros estados.
Pensando em abrir os olhos dos estudantes para o mundo de oportunidades desse complexo industrial, a Secretaria de Turismo do estado, em parceria com Suape, promove desde o ano passado o projeto Horizonte Profissional. Através do programa, estudantes do terceiro ano de escolas de referência de todo o estado fazem um tour pelo complexo para conhecer melhor as áreas de atuação requisitadas. O Diario acompanhou a visita das Erems de Gravatá e Aliança numa tarde de outubro, quando conversou com os alunos.

Lorena Gonçalves se surpreendeu com a dimensão do Complexo industrial, onde pretende um dia trabalhar
Embora os professores garantam que a maior parte dos alunos deseje fazer cursos da área de engenharia, não tem jeito: nem todo mundo tem afinidade com exatas. O curioso é que nenhum dos estudantes aponta cursos técnicos como primeira opção. Querem mesmo é bacharelado, em busca de melhores salários e carreiras. “Os cursos mais visados são engenharia, direito e medicina. Mas, no fim das contas, muitos acabam fazendo técnico depois que acabam a escola, independente de terem passado em uma faculdade”, conta a professora Cláudia de Santana, da Erem de Gravatá.
O aluno Felipe Oliveira está estudando para os vestibulares de medicina. “Suape pode ser uma boa oportunidade, porque as empresas precisam de médicos do trabalho, mas confesso que não é meu foco”, comenta. Bom saber que vai continuar tendo profissionais para cuidar da saúde de todos os técnicos e engenheiros.

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