sábado, 30 de abril de 2011

Mundo e País afetam perspectivas de PE

Embora Pernambuco viva um momento diferenciado, com acelerado processo de atração de investimentos, a elaboração dos cenários precisa levar em conta a conjuntura mundial e brasileira. Em âmbito interno, estão na lista de preocupações variáveis macroeconômicas, como as reformas tributária, trabalhista e previdenciária, além da pressão inflacionária, que se transformou em um dos principais desafios no início da gestão da presidente Dilma Rousseff. No ambiente global, o alerta é para a crise econômica, que perdura em alguns países, a guerra cambial e o impacto das mudanças climáticas.

Apesar de ter superado a crise econômica global melhor que o Brasil e o mundo, Pernambuco não está imune aos impactos externos”, alerta Sérgio Buarque. O economista lembra que o Brasil ainda tem uma taxa de investimento baixa, respondendo por 19% do PIB, diferente do que acontece em outros países emergentes.

Brasil e Pernambuco também precisam estar atentos ao ciclo mundial de mudança da matriz energética. Apesar de o petróleo ainda ser uma fonte importante nos próximos 20 anos, principalmente no País em função da descoberta do óleo submerso do pré-sal, o mundo aposta nas energias alternativas. As pesquisas avançam na direção de novas fontes, a exemplo do etanol de celulose, pesquisado atualmente no Brasil e Estados Unidos.

“A discussão da matriz energética vai remeter ao problema das mudanças climáticas. Mesmo que o mundo esteja se movimentando para reverter a situação, os impactos já são percebidos e serão fortes no Brasil e no Nordeste. Pesquisa da Embrapa aponta os rebatimentos no Semiárido, que vão desde a perda de áreas devido à desertificação, passando pela evaporação dos recursos hídricos. Isso vai reverberar na diminuição da produtividade da agroindústria na região”, observa o sócio da Multivisão.

INOVAÇÃO

A competitividade brasileira poderá não ser atingida por falta de investimentos em tecnologia e inovação. O País apresenta algumas melhoras em números de pesquisadores e produção científica, mas ainda está muito distante das nações desenvolvidas. O baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é uma realidade nos setores público e privado.

“Em Pernambuco, as empresas que apostarem em P&D e se credenciarem como fornecedoras de grandes empreendimentos, como a refinaria e o polo petroquímico, estarão se credenciando para atuar no mercado internacional”, diz Sérgio Buarque.

Jornal do Commercio

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