sexta-feira, 29 de abril de 2011

Construção da Novartis ainda sem início definido

Um dos maiores investimentos do polo farmacoquímico do Estado, a indústria da Novartis, ainda não tem data para o início da construção – mesmo um ano e sete meses depois de um megaevento que teoricamente marcaria a pedra fundamental da obra. Procurados para comentar o projeto, integrantes da Novartis se limitam a dizer que o prazo para operação está mantido para 2014, embora não divulguem qualquer previsão de início das obras.
A questão é que como nenhum movimento para a construção foi feito no local até agora, e o inverno praticamente já chegou, qualquer intervenção só deverá ser feita, na melhor das hipóteses, quando o verão chegar, no último trimestre do ano. Apesar disso, a nota enviada ao JC garante que o projeto tem como data-limite para operação o ano de 2014, o que daria pouco mais de dois ano de obra para um projeto teoricamente complexo. Uma unidade como essa, mesmo estando pronta, precisa ser avalizada para entrar em operação. É o que vai acontecer, por exemplo, com a fábrica da Empresa Brasileira de Biotecnologia e Hemoderivados (Hemobrás).
Muita coisa ainda não foi esclarecida com relação ao investimento do laboratório suíço Novartis. Na verdade, até mesmo a produção não foi oficialmente apresentada. Inicialmente, o projeto previa uma fábrica para suprir o Brasil de vacinas contra doenças como meningite, por exemplo. Mas nem isso foi oficializado.
O custo do empreendimento também engloba uma variável e tanto, podendo, segundo a própria empresa suíça, ficar entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões. Ou seja, a planta poderá custar R$ 471 milhões ou R$ 785 milhões, pela cotação do dólar de ontem (R$ 1,57).
Em setembro de 2009, a indústria gastou mais de R$ 1 milhão em um evento, no terreno da futura unidade, com a presença do então ministro da Saúde José Gomes Temporão e todo o staff da Novartis. Na época, muitos chegaram a acreditar que o projeto de fato sairia do papel. Hoje, conseguir encontrar o terreno da futura unidade é até difícil diante da falta de sinalização.
Apesar das incertezas que envolvem o projeto, a área reservada para a Novartis dentro do polo farmacoquímico é a maior, com 36 hectares.
Questionado sobre o assunto, o governo do Estado, que já alardeou o investimento o quanto pôde, argumenta, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico que “não há novidade sobre o projeto”.

HEMOBRÁS

Embora tenha amargado durante alguns anos a crítica da oposição quanto à demora na sua construção, a Hemobrás é agora o único empreendimento que efetivamente em obras, com previsão de conclusão do primeiro bloco para junho. A unidade deve operar em 2014.

Carla Seixas | Jornal do Commercio

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