segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pernambuco quer transformar Suape em cluster de fabricantes da cadeia eólica


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Estudo realizado pela IBM PLI, em parceria com o Banco Mundial, montou estratégia para tornar o estado protagonista no setor
Pedro Aurélio Teixeira, da Agência CanalEnergia, de Recife*, Negócios e Empresas
Localizado na região do país com maior potencial eólico, Pernambuco não quer apenas abrigar parques geradores de energia. O governo de Pernambuco pretende transformar o estado em um grande pólo da cadeia eólica no complexo industrial de Suape, reunindo não só fabricantes de aerogeradores, mas todos os fornecedores do setor.
De acordo com Frederico Amâncio, secretário do Desenvolvimento Econômico do estado, o momento pelo qual o mercado passa torna o projeto possível. “Era importante o estado não se concentrar apenas na atração isolada de empreendimentos. O mercado está demandando eólica e entendemos que temos a melhor estrutura. Temos que estruturar a cadeia de equipamentos eólicos no estado. Queremos atrair os fornecedores das empresas”, adianta. Recentemente foi anunciada a intenção da LM Eólica de abrir uma unidade de pás na região, que já conta fábricas da Impsa e Gestamp.
Com esse projeto, o estado se prepara pela primeira vez para debater o desenvolvimento da cadeia produtiva no estado, com a realização do “PE Business Wind”, que será realizado nos próximos dias 27 e 28 de agosto na capital Recife. Estarão presentes ao debate entidades como a Abeeólica, BNDES, Fiepe, Finep, Apex e Abinee. A criação do fórum, que faz parte de uma estratégia para tornar o estado um protagonista no setor, foi desenvolvida a partir de um estudo realizado pela consultoria IBM PLI – braço da IBM para estudos de investimentos externos- em parceria com o Banco Mundial, a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do governo federal e o governo do estado.
Leonardo Cerquinho, coordenador de Desenvolvimento de Negócios de Suape, conta que esse estudo apontou para as vantagens que o estado possuía, como a localização privilegiada e os benefícios que o porto de Suape apresenta, considerado o melhor porto público do Brasil. “É um porto interno, calmo e com baixo risco para transporte de aerogeradores, devido as suas vias largas e com a movimentação facilitada. Essa infraestrutura já existe”, declarou.
Salientando a rentabilidade que a energia eólica apresenta atualmente, Cerquinho acredita que Pernambuco se encaixa na velocidade com que o mercado tem se desenvolvido. “O estudo mostra uma matriz competitiva, queremos nos tornar o centro do valor da cadeia”. A mão de obra no estado também foi elogiada no estudo, que apresentou uma escala em que São Paulo recebia o grau 100 e o estado nordestino com 80, ficando acima da Bahia.
Ele também reforça que o programa fiscal do estado será mais um atrativo para atrair as empresas. Além das já tradicionais isenções de imposto de renda de pessoa jurídica, Pernambuco vai oferecer a isenção do Adicional de Frete para renovação da marinha mercante, um dos maiores pesos no custo. “Essa tarifa é 25% do valor do frete de importação. Para a indústria que tem um perfil de peças de grande porte como a eólica, essa isenção é representativa”, explica.
Para o secretário de Desenvolvimento do estado, a intenção com o projeto é repetir o sucesso alcançado com a área de petróleo e gás há dois anos com o projeto Suape Global, que tinha o objetivo de transformar o estado em pólo na cadeia produtiva desses segmentos. “Era importante colocar o estado numa estratégia voltada para esse setor na época e foi o que conseguimos. Queremos o mesmo com a energia eólica. Temos que avançar na atração de investimentos e desenhar uma estratégia. “, conclui.

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