Pesquisa da Firjan aponta quais as profissões do setor industrial que serão mais demandadas até 2020
Seis
milhões de toneladas de produtos plásticos serão fabricados no Brasil
somente este ano. Oitenta bilhões de barris de petróleo e gás natural
repousam no fundo da costa brasileira. Até 2014, R$ 880 bilhões serão
investidos por empresas nacionais na compra de máquinas e equipamentos.
Essas cifras e volumes são as responsáveis por uma explosão de demanda
por trabalhadores no setor industrial até 2020. Nove profissões, de
níveis básico, médio e superior, se destacam nesse cenário, aponta
pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan). Pernambuco, que vive um momento diferenciado, com a atração
de várias plantas industriais, tem muito a ver com esta pesquisa. Cada
vez mais, estudantes e profissionais já inseridos no mercado se voltam
para as novas empresas do Estado, principalmente as de Suape.
Ao todo, a Firjan escutou 402 empresas que juntas empregam 2,2
milhões de brasileiros. A partir daí, traçou o futuro da demanda
profissional na indústria para os próximos oito anos. Supervisor de
produção em fábricas de plásticos, engenheiros ambientais e de
saneamento, de petróleo e especializados nas áreas ligadas à mobilidade,
desenhistas técnicos de eletroeletrônica, trabalhadores metalúrgicos
que atuam diretamente no beneficiamento de metal, técnicos em
mecatrônica, biotecnologistas, e técnicos em Tecnologia da Informação
(TI). Vagas não vão faltar nessas áreas e boas remunerações aguardam
aqueles que investirem em qualificação (ver arte abaixo).
Há um ano no cargo de supervisor de produção da Amanco, fábrica de
tubulações de plástico para construção civil instalada em Suape, José
Felipe da Silva Filho, 33 anos, é responsável por monitorar o desempenho
de todo o parque produtivo. Das máquinas às pessoas. Bastante
diversificado, o segmento de plásticos está diretamente ligado ao
crescimento de mercados como o automotivo, de alimentos e bebidas, de
produtos de higiene e infraestrutura no País.
Em
Pernambuco, o segmento é representado pelas indústrias que produzirão
componentes como os painéis dos carros que sairão do complexo bilionário
da Fiat, fabricantes de pré-formas que vão comprar o PET feito na
PetroquímicaSuape, e empresas que fornecem insumos para a construção
civil.
Atualmente, relata o vice-presidente do Sindicato da Indústria de
Material Plástico do Estado de Pernambuco (Simpepe), Válter Câmara, o
empresariado local tem tido que treinar sua mão de obra e apostar na
prata da casa para preencher as vagas.
Foi o caso de José Felipe. Ele começou como estagiário de mecânico,
há 10 anos, no chão de fábrica da Amanco. As demandas mais urgentes são
atendidas via importação de trabalhadores. Paulistas e catarinenses são
maioria.
No caso da Engenharia de Petróleo, segunda profissão mais procurada, duas palavras explicam as cotações elevadas: pré-sal.
O coordenador do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Edmilson Lima, explica que as
megarreservas brasileiras dependem de conhecimento técnico de ponta
para serem exploradas. Os bilhões de barris exigirão novas técnicas de
processamento. E há ainda a demanda por sistemas de distribuição
complexos. São os engenheiros que irão comandar essas inovações.
Yves Nogueira, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de
Tecnologia da Informação, Software e Internet de Pernambuco
(Assespro-PE), comenta que a fome da indústria por técnicos em TI (3º
lugar no ranking) está ligada ao aumento do potencial tecnológico das
fábricas.
Quanto mais automatizada uma linha de produção, mais pessoas
são necessárias para fazê-la funcionar bem e gerar dinheiro. O
maquinário rodando exige programas que avaliem de forma estatística sua
produtividade. Que identifiquem falhas. Enfim, que monitorem, sem pausa,
o ritmo de produção.
Felipe Lima / Jornal do Commercio
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